Natureza é o conjunto dos seres naturais, isto é, não criados pela mão do homem. O natural, portanto, se opõe ao artificial, elaborado e criado pelo ser humano. No entanto, o próprio homem, como ser vivo, está sujeito às leis naturais e é resultado da conjunção dessas leis, ao mesmo tempo em que está imerso na natureza. Esse fato, evidente para as culturas primitivas, antigas e atuais, tem sido de certo modo esquecido no mundo contemporâneo tecnológico e urbanizado.
A filosofia oriental, cujos expoentes máximos se encontram nos Vedas (textos sagrados hindus) da Índia e nos princípios do budismo e do taoísmo, sempre concebeu o homem como um ser não só plenamente integrado à natureza, mas com ela coincidente em sua essência. De fato, para o hinduísmo, Atman, o ser mais profundo do homem, é Brahma, o absoluto. Brahma e Atman são um ser único, e Atman é o reflexo de Brahma percebido pela mente humana.
Para efeitos práticos, a natureza foi considerada como objeto de conquista, dominada e remodelada segundo as exigências do crescimento econômico e do poder político. A expansão da agricultura, o aumento populacional, a exploração de novos territórios, a necessidade de matérias-primas para alimentar a indústria e a formação de impérios coloniais foram alguns dos fatos que estabeleceram em escala mundial um novo tipo de relação entre o homem e a natureza.
Da primitiva filosofia natural, que englobava os mais variados ramos do saber, foram aos poucos se destacando diversas disciplinas que o trabalho de pesquisa progressivamente dotou de entidade e conteúdo próprios e que finalmente se constituíram nas diversas ciências. A partir de então, o conhecimento da natureza se atomizou e cada ciência se ocupou de uma parcela dele. Assim, o que se ganhou em especialização se perdeu no que diz respeito à compreensão global e integrada da natureza. Esse processo contribuiu para que a intervenção humana com objetivos parciais se tornasse globalmente destruidora e agravasse as múltiplas contradições que envolvem a concepção fragmentada do meio natural e das relações do homem com ele.
Progressivamente, o homem substituiu seu meio natural por outro, produto de seu trabalho e de sua inteligência. Esse mundo artificial em alguns casos o afastou de tal maneira do mundo natural que fez com que o homem perdesse o sentido de seu verdadeiro lugar na natureza. Por isso, muitas vezes o homem intervém cegamente nos delicados sistemas naturais, nos quais tudo está inter-relacionado, e provoca graves alterações de equilíbrio.
Assim, definem-se problemas que, por sua abrangência e intensidade, afetam a humanidade como um todo e obrigam-na a enfrentar de forma contundente questões como o crescimento demográfico, a utilização dos recursos naturais, a ação sobre os ecossistemas, o impacto da indústria etc. Diante desses e de muitos outros problemas igualmente prementes, têm surgido várias soluções, que vão desde a adoção de tecnologias alternativas de menor impacto ambiental e medidas de controle de natalidade nos países em que a superpopulação constitui a mais grave dificuldade, até a avaliação dos custos ecológicos do desenvolvimento e um novo questionamento de alguns objetivos e metas políticas e socioeconômicas.