Milho (Zea mays) é uma planta herbácea da família das gramíneas, constituída de um caule ereto de dois a três metros de altura (excepcionalmente cinco), com nós espaçados, de onde saem as folhas, junto às quais surgem as espigas que abrigam os grãos. Seu ciclo, desde a semeadura até a maturação, é de aproximadamente 160 dias, ou 120 dias no caso de algumas variedades híbridas e no milho de pipoca.
Diversamente do que ocorre com outros cereais, cujos grãos são produzidos em panículas (cachos de flores) ou espigas terminais, de flores hermafroditas, no milho os grãos se desenvolvem nas inflorescências femininas que surgem na parte mediana da planta. A panícula terminal, chamada flecha ou pendão, só tem flores masculinas. A espiga tem estrutura admiravelmente adequada para produzir grande quantidade de grãos, bem protegidos pela palha, de fácil colheita e transporte. A planta, por sua vez, é de crescimento rápido e de grande eficiência fotossintética. Um grão de milho, que pesa aproximadamente 0,3g, em poucos meses gera uma planta adulta, que produz de quinhentos a mil grãos.
A partir do grão de milho se produzem industrialmente dextrinas, amido, glicose, açúcar de milho, óleo, álcool industrial e diferentes bebidas alcoólicas, como cerveja e o tipo de uísque chamado bourbon. O caule serve para a obtenção de furfurol, aldeído utilizado em solventes, explosivos, plásticos, tecidos e borracha sintética. Sua parte interna, esponjosa, contém álcool e açúcar. Os estigmas da espiga (chamados cabelo do milho), cozidos, substituem a cevada na fabricação da cerveja. A zeína, proteína do grão, se emprega na fabricação de fibras artificiais, com propriedades semelhantes às da seda.
Milho indentado. Comumente chamado dente-de-cavalo, o milho indentado (ou dentado) se caracteriza por apresentar endosperma (onde se encontram as reservas nutritivas do grão) córneo externo e amiláceo no centro, estendido até a parte superior. Ao secar, o endosperma amiláceo se retrai, e aparece uma depressão característica na parte superior do grão, chamada coroa. A maior parte do milho produzido no mundo e quase todo o milho americano é desse tipo. Pode ser branco ou amarelo, este último mais alimentício.
Milho amiláceo. Constituído de endosperma com amido muito mole e poroso, o milho amiláceo pode ser facilmente triturado e transformado em farinha. É muito cultivado pelos povos indígenas da América.
Milho de pipoca. Variedade extrema do milho indurato, na qual o amido está totalmente ausente, o milho de pipoca tem grãos pequenos e pontiagudos. A explosão, ou pipocamento, ocorre pela expansão da umidade contida nos grãos, quando estes são aquecidos.
Além dessas categorias, é freqüentemente mencionada uma variedade cultivada principalmente na Índia, a Zea mays tunicata, cuja característica é ter cada grão envolto numa pequena túnica. Os antigos povos andinos e astecas preferiam uma variedade roxa de grãos pequenos e duros, de alto valor protéico. Todos esses tipos de milho se cruzam naturalmente entre si, o que pode muitas vezes inviabilizar a produção e o valor genético da semente. Não se deve portanto, cultivar diferentes variedades de milho em locais próximos. No Brasil, tem tido bastante aceitação o milho híbrido do tipo semidentado, obtido por cruzamento de linhagens do dentado com outras do indurato.
As técnicas de melhoramento, que culminaram com a obtenção do milho híbrido, tiveram início nos Estados Unidos por volta de 1905. Chega-se ao milho híbrido partindo de linhagens puras, que são cruzadas entre si para gerar a semente híbrida, utilizada nos plantios comerciais. Como ocorre com os híbridos em geral, o milho assim obtido só tem alto vigor e produtividade na primeira geração, de modo que é necessário repetir o processo todos os anos.
Além do milho híbrido, procura-se também obter variedades sintéticas, cujas sementes podem ser continuamente plantadas, ano após ano, sem diminuição de produtividade. Tais variedades têm grande utilidade para regiões onde as condições econômico-sociais tornam inviável o cultivo do milho híbrido. Graças aos trabalhos dos geneticistas e melhoristas, conseguiu-se grande progresso tanto no melhoramento do milho híbrido, quanto no aprimoramento das variedades sintéticas. Os atuais milhos melhorados enfrentam ventos fortes sem que as plantas caiam, são mais resistentes às doenças e pragas, e mais dependentes de fertilizantes sintéticos. Mais uniformes e de menor altura, são, em muitos casos, mais produtivos.