As leguminosas constituem uma família da classe das dicotiledôneas e da ordem das rosales, que apresentam como principal característica o fruto em forma de vagem ou fava. Vegetais de porte bastante variável, compreendem pequenas plantas herbáceas, trepadeiras, arbustos e até gigantescas árvores das florestas tropicais. Apesar dessa diversidade, a família ostenta peculiaridades como, além da configuração dos frutos em cápsula alongada, as flores cíclicas, ou seja, com as peças florais em círculos, de cálice e corola distintos.
As cesalpinoídeas têm flores em cacho, bem visíveis, de simetria lateral, com uma pétala maior. Encerram 150 gêneros com cerca de 2.200 espécies, as mais conhecidas das quais são o pau-brasil (Caesalpinia enchinata), árvore nacional brasileira, a tamarineira (Tamarindus indica), cujos frutos são usados no fabrico de bebidas e doces, o flamboyant (Delonix regia), árvore ornamental cultivada no mundo inteiro, a copaíba (Copaifera langsdorfii) e o jatobá (Hymenae coubaril), que produz boa madeira, casca para curtume e resina para a fabricação de verniz.
Da subfamília das papilionoídeas, ou faboídeas, fazem parte cerca de nove mil espécies agrupadas em 400 gêneros, entre os quais se encontram os jacarandás (Machaerium, Dalbergia e Swartzia), grandes árvores da América do Sul cuja madeira é das mais procuradas pela marcenaria, por sua beleza e durabilidade. Faboídea é ainda o xiquexique ou chocalho-de-cascavel (Crotalaria striata), muito distribuído pelo Brasil, cujos legumes secos, quando batidos pelo vento, produzem um ruído que lembra o chocalhar da cascavel.
Com exceção da Antártica, todos os continentes apresentam leguminosas em abundância. Não são poucas as de uso paisagístico, como as cássias, acácias, eritrinas, mulungus e flamboyants. Também numerosas são as que fornecem boa madeira para dormentes e construções, como o pau-ferro (C. leiostachya). Muito utilizado na Amazônia, o pau-rainha (Centrolobium paraense) é excelente para a construção naval. Outras espécies são tóxicas e, por isso, prejudicam as pastagens. Uma delas, a fava-de-calabar (Physostigma venenosum), chegou a ser usada por povos africanos para executar condenados por meio da ingestão de suas sementes.
Das leguminosas se obtêm múltiplos produtos de uso industrial. O tanino, substância empregada na indústria do couro, é fornecido pelo barbatimão e outras espécies. Corantes e tinturas são extraídos do pau-brasil e de vários tipos de indigóferas, como a anileira, que fornece o anil. Madeiras para carpintaria e marcenaria se obtêm do angico e da algarobeira. Fornecem ainda vernizes, como o copal, extraído da árvore de mesmo nome; colas e bálsamos, como os das diferentes espécies de copaíba e da Acacia arabica, de que se extrai a goma-arábica.
As leguminosas desempenham papel ecológico importante, dada a capacidade de muitas de suas espécies de fixar o nitrogênio atmosférico no solo, enriquecendo-o com esse elemento fundamental para a agricultura. Tal processo se dá pela ação de nódulos produzidos nas raízes por Bactérias simbióticas, chamadas Rhizobium, que fixam o nitrogênio com um pigmento semelhante à hemoglobina do sangue. São numerosas as leguminosas cultivadas para o fim específico de adubação, como o lab-lab, a crotalária e a mucuna.
O rápido crescimento, a capacidade de fixar nitrogênio e a beleza das flores de muitas espécies têm determinado a opção por leguminosas nos reflorestamentos e na arborização de ruas e praças dos centros urbanos.