Cirrose é uma enfermidade que afeta o fígado e, do ponto de vista anatômico, se caracteriza pela degeneração das células hepáticas e sua substituição pelo tecido fibroso que as conecta.
Existem outros tipos de cirrose, como a pós-necrótica, que resulta de infecção viral ou da ação de toxinas como o tetracloreto de carbono. Nesse caso, a necrose -- ou seja, morte de partes do tecido -- desenvolve-se rapidamente, no transcorrer de poucas semanas ou, no máximo, alguns meses. Na cirrose sifilítica a característica principal são lesões grandes e moles no fígado, que erodem o tecido e, ao final, deixam-no com cicatrizes e fissuras.
Na cirrose pigmentar, ou hemocromatose, dá-se um aumento dos depósitos de ferro nas células hepáticas devido a desordens no metabolismo desse elemento, ou a um acúmulo de ferro nos vasos, provocado por transfusão de sangue. O fígado adquire consistência granular ou nodular e coloração marrom-escura.
As partículas de ferro podem adquirir tal densidade que obscurecem a célula e inibem suas funções. Também fatores de cunho hereditário, como na doença de Wilson, podem provocar cirrose; nesse caso o mal se deve à excessiva concentração de cobre no fígado. O órgão adquire uma aparência esverdeada, em função da bile no tecido e, quando o mal se torna crônico, ocorrem inchação, fibrose, alteração no nível de gordura e abscessos.
Sintomas e tratamento. Os sintomas iniciais da cirrose são do tipo gastrintestinal. Em etapas avançadas, produzem-se hemorragias no baço, no esôfago e no intestino. É também relativamente frequente o aparecimento de edema na cavidade abdominal. Na fase terminal, ocorre o coma hepático.
O tratamento busca restabelecer o equilíbrio da composição sanguínea. Para isso se aplicam, entre outras medidas, as de controle da dieta e de aumento do índice de proteínas plasmáticas.