Circuito elétrico ou eletrônico é um determinado agrupamento de componentes de comportamento elétrico bem definido e destinado à condução de cargas elétricas. Quando sua finalidade se relaciona à transmissão de potência, tais circuitos denominam-se elétricos; quando se destinam ao processamento de sinais elétricos, denominam-se eletrônicos. Os circuitos elétricos são também denominados circuitos de potência e freqüentemente se empregam associados a circuitos magnéticos. Por meio deles, pode-se transformar energia mecânica em energia elétrica e vice-versa, sendo muito utilizados em geradores e motores elétricos.
As variáveis elétricas mais utilizadas na descrição de tais circuitos são a tensão ou diferença de potencial, índice da energia elétrica que um ponto de um circuito possui em relação a outro ponto análogo; e a intensidade de corrente, que expressa a velocidade com que se deslocam as cargas elétricas. Para cada componente existe uma equação que relaciona a intensidade da corrente que circula através dele com a diferença de potencial existente entre seus extremos. Os componentes de um circuito se ligam de duas maneiras distintas: em série, quando a intensidade de corrente que circula entre seus elementos é a mesma; e em paralelo, quando a diferença de potencial entre todos os pontos terminais de seus elementos se mantém constante.
A análise de um circuito utiliza tais equações e as leis de Kirchhoff. A primeira lei de Kirchhoff sustenta que em um nó - ponto em que confluem três ou mais ramificações de uma rede ou circuito complexo - a soma das intensidades de corrente de todas as ramificações é zero. A segunda enuncia o princípio segundo o qual a soma de todas as diferenças de potencial ao longo de qualquer malha - conjunto fechado de ramificações - também é nula.
Um problema matemático freqüentemente encontrado no estudo dos circuitos envolve o cálculo dos valores da tensão e da intensidade de corrente nos diferentes pontos de circulação, uma vez conhecidos seus valores iniciais e as fontes geradoras da tensão ou força eletromotriz. A resolução desse problema é facilitada com o auxílio dos teoremas de Thévenin e de Norton, que apresentam como artifício de cálculo a substituição de um dipolo, circuito com dois terminais, por outro mais simples, composto de um gerador e um componente eletricamente equivalente ao dipolo inicial.
Os métodos mais modernos da análise de circuitos baseiam-se no chamado cálculo operacional, capaz de transformar complexas equações integrais e diferenciais em equações algébricas, de resolução mais imediata, mediante a utilização de avançados conceitos matemáticos, tais como as transformadas de Fourier e Laplace e os números complexos, definidos como expressões do tipo a + bi, em que a e b são números reais e i2 = -1.
São bastante diversificadas as funções exercidas pelos circuitos. Destacam-se os circuitos retificadores ou filtros, que selecionam sinais elétricos de acordo com sua freqüência, e os circuitos amplificadores, que aumentam a amplitude de um sinal. De especial importância para o avanço da informática foi o desenvolvimento dos circuitos designados como de comutação, entre eles os chamados flip-flop e os circuitos lógicos. No campo das comunicações são empregados circuitos tais como os geradores de dentes de serra, os moduladores, os detetores e conversores.
O desenvolvimento de materiais semicondutores, substâncias cristalinas de condutividade elétrica muito inferior à dos metais, permitiu a fabricação de novos componentes fundamentais na engenharia de circuitos, tais como os diodos e os transistores, além dos ditos circuitos integrados, pequenos módulos constituídos por grande número de componentes eletrônicos colocados sobre a superfície de uma lâmina ou pastilha.
Estes últimos foram os responsáveis pela miniaturização dos circuitos, a qual resultou em enorme diminuição tanto do preço como do consumo de energia, além de favorecer o aumento da velocidade e precisão com que os sinais elétricos são transmitidos e armazenados. Atualmente, pode-se integrar milhares de transistores em superfície de apenas quarenta milímetros quadrados, o que permite o processamento de sinais de amplitude mínima em comunicações, informática, reprodução de imagem e som etc.