Insetos da ordem dos homópteros, da família dos cicadídeos, as cigarras se distinguem dos outros insetos da mesma ordem pelo corpo atarracado e robusto. Apresentam cabeça curta e larga; olhos compostos e proeminentes; tórax grande; asas membranosas; abdome com a mesma largura do tórax e curto.
O órgão estridulante das cigarras, um em cada lado da base do abdome, é constituído por duas cavidades: uma ventral, grande, recoberta por um opérculo e em comunicação com o exterior pelos espiráculos respiratórios do terceiro segmento do abdome; e outra menor, lateral, no interior da qual se encontra o tímpano ou tímbalo, membrana vibratória acionada por poderosa musculatura. A contração rápida e repetida dessa musculatura faz com que a membrana se distenda e se relaxe contínua e alternadamente, produzindo ondas sonoras que são transmitidas ao ar contido na cavidade ventral, onde se acham membranas rígidas que se põem a vibrar. As duas cavidades agem como câmaras de ressonância e a abertura da maior pode ser controlada pelo próprio inseto. Assim, o ruído é surdo, quando a câmara maior está bem aberta, e estridente, quando sua abertura fica menor.
As fêmeas depositam os ovos no interior dos galhos das árvores, perfurando-os com o ovipositor. Dias depois, surgem dos ovos as ninfas, que descem do tronco para o solo, penetrando na terra até determinada profundidade, onde permanecem o tempo necessário para completar seu desenvolvimento, que se verifica depois de várias mudas de pele. Quando a última muda de pele está prestes a se efetuar, a ninfa abandona a toca e sobe pela árvore até certa altura, aí se imobilizando. Depois de pouco tempo, abre-se em seu dorso uma larga fenda longitudinal e por ela o inseto adulto se liberta, deixando vazio sobre o tronco da árvore o estojo quitinoso que o envolvia.
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