Calcário é uma rocha sedimentar composta de calcita -- variedade cristalina do carbonato de cálcio (CaCo3) -- em proporção superior a cinqüenta por cento, com índices variáveis de impurezas. Embora o termo calcita se tenha difundido em 1845, já no século XVII extraía-se em quantidades consideráveis o mineral conhecido como espato-da-islândia. Seu estudo permitiu que, em 1678, Christiaan Huygens descobrisse as leis da dupla refração. Do mesmo modo, a pesquisa da calcita serviu de base para que René-Just Haüy desenvolvesse a teoria da estrutura cristalina. Trabalhando também com esse mineral, Étienne-Louis Malus descobriu a polarização da luz.
Em sua acepção mais ampla, denomina-se calcário o conjunto de materiais calcários, de que fazem parte o mármore, a greda, o travertino, o coral e a marga. As rochas classificadas como calcários comerciais contêm quantidades variáveis de carbonato de magnésio: quando a proporção é inferior a cinco por cento, denomina-se calcário rico em cálcio; quando se situa entre cinco e trinta por cento, é magnesiano; e quando contém de 30 a 45%, recebe o nome de dolomítico.
Os calcários ricos em cálcio e dolomíticos são de cor branca em estado puro. As tonalidades naturais, contudo, oscilam em uma vasta gama devido às muitas impurezas que contêm. Por exemplo, o óxido de ferro lhes dá coloração amarela, vermelha ou parda, e a pirita, a siderita e a marcassita alteram a cor superficial ao se oxidarem.
No que diz respeito a sua origem, os calcários utilizam mecanismos de combinação química, processos induzidos pela atividade de organismos marinhos (rochas pelágicas) e acumulações de restos calcários de diversos animais de concha (rochas detríticas).
Há no Brasil importantes e numerosas jazidas de calcário nos terrenos pré-cambrianos; ocorre também nas formações carboníferas da Amazônia, nos terrenos permianos do sul do Brasil, nos terrenos cretáceos e terciários do Nordeste e outros.